segunda-feira, 18 de abril de 2011

Broken

Mas ela é a pessoa mais ensolarada que já conheci. E não tem nada a ver com ele. Ela não leva tudo muito na calma, e vejo que ela está com raiva, muita raiva, chateada, quebrada. Ela vai deixar essa cidade velha e suja por uns dias. Porque ela está pobre. Tem gente com frio e nariz esfregado entre as janelas, esperando que essa chuva passe. E eu sei que ela não vai parar tão cedo. Ela quer o sol. E vai atrás. Ela vai apostar uma queda de braços psicológica consigo mesma. E vai tentar deixar ele de lado. É que aqui ela se sente cercada por todos os lados. Esta cidade está em guerra, e os muros das casas estão pré-gravados de balas. O que vejo de destroços é incrível. Daria bem para montar um hospital de lunáticos, onde os pacientes assumiriam o controle e praticariam atos de tortura inconcebíveis. Sem saber se tinha melhorado ou piorado, ela colocou uma granada no canto da boca. E estava pronta para cuspi-la num monstro que diz a ela as mesmas coisas ruins sempre e sempre. Vejo os dentes e as garras afiadas. Ela sobe os degraus do tempo como uma velha de teatro, passo a passo. Mas não tão sábios. Está mais sensível que o normal. Ela está aprendendo. Ela vai comprar as luzes dos vaga-lumes para passar o fim deste ano. Ela já tem a sua própria bandeira. Agora só falta o mastro. Ela vai fabricar um. Até que ela está conseguindo fugir da sombra do grande Sr. do psicológico ultra superior e avançado que a cerca toda noite. Está cansada de buscar uma resposta não tão evasiva ao sem volta daquele homem. Ela está tentando se livrar daquela muleta emocional da qual se tornou dependente. E vai atirá-la ao campo para que seja esmagada por um rolo compressor, num cercado junto dos bois. E quer saber, se eu fosse ela faria o mesmo. Porque "aquilo" tem que viver é chutando bola mesmo.
Colombina quase desistindo...

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