terça-feira, 14 de junho de 2011

sonhar ainda é permitido...

Ah que saudade disso aqui, é que ando muito atarefada sabe, essa vida de ser esposa, mãe, chefe, filha, tudo ao mesmo tempo, não é fácil não... Toma todo o tempo da gente e por isso estive ausente, mas agora consegui dar uma escapadinha para vir aqui no meu querido lar, é que eu me lembrei e ri atééé... De algumas coisas e vim compartilhar claro.

Ontem fomos ao coquetel de inauguração da unidade 5 na Asa Sul, que por sinal foi maravilhoso, e na volta viemos conversando eu e o Sr. do psicológico ultra superior e avançado. É, ele continua o mesmo, mas agora é um amor de pessoa sabe, super carinhoso. O Artur veio dormindo no banco de trás, também do tanto que correu, não podia ser de outra forma, ah é por falar nele, 2 aninhos completos na semana passada, com direito a festa e tudo mais, apareceram umas pessoas incovenientes, mas não vamos falar nisso agora. Continuando... Vinhamos conversando sobre o nosso passado contubardo, relembrando um pouco e sorrindo, daí eu deitei a cabeça no banco e olhando para um céu estrelado me recordei de todo aquele dia tenso que vivi a anos atrás, graças a Deus passou e nossa hoje já estou com 29 anos, como passou rápido. A estrela ao lado dirigia e me ouvia silenciosamente, eu comecei...

Como de costume naquele dia acordei pela manhã já com você no pensamento, eu não ia trabalhar, levantei tomei um banho e fui ao salão fazer as unhas, francesinha como era de costume, agora gosto mais do vinho e do vermelho, voltei para casa, fiz um belo almoço e com você ainda no pensamento, lá pelas 16 00 me bateu uma vontade de te ver sabe, e resolvi que aquele era o dia de me vestir e pintar o rosto para a guerra, me calcei, me penteei, me perfumei, e idéias e mais idéias do que te falar vinham a minha cabeça, era um misto de realidade com deslumbramento, eu realmente tinha tomado coragem, enfim peguei a bolsa a chave do carro e sai, direto a boca do leão, o percurso até chegar ao meu destino parecia interminável, quando cheguei, aquele prédio parecia um forte, com gigantescos muros em volta e vários soldados para impedir a minha entrada, as minhas pernas tremiam, as minhas mãos suavam, o meu coração batia tão forte chegando a quase parar de bater, e eu repeti a seguinte frase por 3 vezes: Senhor me guie e esteja a minha frente, me dê sabedoria e que daqui para frente, seja feita somente a tua vontade, amém. Desci do carro como se estivesse sendo levada à pena de morte, mas respirei fundo e subi aquelas escadas com um medo absurdo, comprimentei a todos, conversei, sorri, matei saudades e depois fui até você, na sua sala que era até arrumadinha, sentei e conversamos, você sorria, conversava no msn e postava tolisses no ainda muito usado facebook, jogava coisas na minha cara e sorria novamente e eu ficava ali te admirando. Até que você esqueceu um pouco as teclas e me olhou, eu te olhei profundamente e ficamos calados por alguns segundos, eu muito anciosa e nervosa disse: bom então já vou indo, e você disse: "vai não" eu sentei novamente e disse: "mas você está trabalhando, não quero atrapalhar" e você disse que se estivesse mesmo ocupado, não pediria para que eu ficasse. O telefone tocou e depois de vários toques você atendeu e disse: "peça para ela vir ás 20 00 em ponto e me procurar", eu me sentia como se estivesse caindo em um abismo de desespero, e disse: bom então e como você está? e a resposta nem preciso dizer qual foi, só sei que de repente em um surto repentino eu perguntei se você achava que algum dia poderia me perdoar, e você disse que não e que seria impossivel, eu respondi que tudo bem, mas que queria que você soubesse que eu estava ali pronta para recebê-lo, e que não importava se isso fosse demorar 10 ou 20 anos, mas eu continuaria cultivando aquela esperança, (e a respeito disso eu me tratava como uma déspota, eu era obediente a mim mesma), você deu uma risadinha, mas eu continuei a dizer para que me perdoasse e que eu esperava que um dia você deixasse aquele orgulho de lado, você se recostou na cadeira, cruzou os braços e eu já era mestre em ler os seus gestos, então me levantei fui até você, pedi um papel e uma caneta, e disse: eu jamais pensei que fosse te mostrar isso um dia mas anotarei aqui o endereço da minha segunda casa, se quiser me conhecer melhor novamente e saber como foram todos os meus dias longe de você, vá me visitar, lhe entreguei o papel e você disse: colombinaaa.blogspot.com o que é isso? eu respondi para que depois quando estivesse tranquilo e sem ninguém por perto você entrasse e lesse com atenção, e pedi para que enchergasse não com os olhos da face, mas com os do coração. Te abracei, dei um cheiro no pescoço e disse: espero que você entenda cada palavra, porque cada uma delas é sobre ti, você pode até achar meio estúpido, mas leia com carinho. você me olhou com uma cara, querendo dizer que não estava compreendendo nada, mas eu sabia que quando entrasse no meu mundo escondido saberia do que eu estava falando. Então me despedi e fui embora, cheguei em casa aflita e não durmi aquela noite, pensamentos me visitavam, multidões de pensamentos não me deixaram dormir e eu chorei ainda de saudade, depois disso se passaram dias e meses e nesse tempo eu não havia mais te visto, nem te ouvido, e aquela altura eu já não procurava saber nada sobre o que estava acontecendo na sua vida, fiquei quieta no meu canto.

E em um domingo quente, com sol, domingo que para mim era de filme em casa, alguém buzinava lá fora, quando saí, avistei um carro grande, a janela do carro foi abrindo e quando vi que era você eu não acreditei, peguei as chaves e abri o portão, então você tirou os óculos escuros e disse: "sua mãe e seu pai estão em casa?" ah não estão? vamos ali lanchar então?" entrei no carro e não sabia como me comportar, não sabia o que dizer, nem de como me sentar, não sabia nada meu Deus, aquilo era tudo o que eu queria, eu não acreditava, estava quase tendo um surto de felicidade só por ter te visto ali na minha rua novamente e ainda por cima no meu portão, e a partir daí tudo foi diferente e aos poucos tudo foi voltando para o lugar certo de onde nunca deveria ter saido...

Amoor, amor? chega de lembrar disso, você está parecendo uma narradora de filmes...

Eu sei, mas lembrar é engraçado não é? como eramos imaturos...

É amor, é verdade, agora olha o Artur quase acordando, vai começar uma choradeira...

Calma filho estamos chegando em casa...

Noite maravilhosa, dormimos como anjos... E quem diria, casamos, temos uma casa, tomamos café de manhã, discordarmos quanto a cor das cortinas, arrumamos a cama diariamente, a geladeira está repleta de vegetais e sucos, adiamos sempre o despertador umas trinta vezes, sentamos no sofá eu de pijama e pantufas, ele de cueca boxer branca, saimos para jantar em dia de chuva, nos beijamos no meio de alguma frase, ele pega no sono com a mão no meu cabelo e eu, escuto sua respiração. Eu sorrio sem motivo e ele sempre pergunta porque, eu não respondo, ele já sabe.


Hoje é sabado, o Artur acordou mais cedo do que de costume, e o meu Sr. do psicológico ultra superior e avançado me deu um beijo de bom dia e agora está ali na sala de TV, assistindo qualquer coisa... Tipico dele né!

Agora a pouco a minha sogra chegou, o Artur é louco por ela, e ela nem preciso dizer que é a avô mais coruja do mundo. Ela perguntou o que ele queria ser quando crescer, ele respondeu: "gande igual papai"


"Sinto a sua falta como se me faltasse um dente na frente: Excrucitante."

Clarice Lispector

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