...Ainda é...

Então é assim que as coisas são: você conhece alguém, se apaixona e, um dia a pessoa vai embora.
E você fica.
Mas a vida continua, tem que continuar. Você se doendo de saudade, de vontade de pedir para a pessoa voltar, mas não pede, não deve pedir e também não tem coragem. Ai você se apega a um tal de amor próprio, mesmo sabendo que amor próprio não pergunta como foi seu dia, não telefona antes de dormir, não chama para sair.
Então, só resta lembrar-se da pessoa: daquele jeitinho de olhar, meio de lado, que te enlouquece, da fala forte, do sorriso, do cheiro... E é lembrando do cheiro que sente vontade de chorar.
Nesse vai e vem de lembranças, você recorda o dia em que se conheceram e que, em princípio, a pessoa nem mexeu muito com você. Não era o seu tipo, ou você imaginava que não fazia o tipo dela. Também relembra o primeiro beijo e de como ficou confusa, enquanto as salivas se misturavam.
Aí você se lembra de quando ligou apenas para ouvir a voz. E da vez que ele mandou uma linda mensagem.
Você relembra a primeira conversa, de como estavam nervosos, preocupados com sua performance e aparência. Dos carinhos que você fez enquanto ele dormia em plena madrugada. Será que a pessoa teve essas mesmas preocupações?
Então você percebe que a forma como se tocaram é única e especial. E que seus corpos parecem, de fato, feitos um para o outro, por mais clichê que isto soe.
Mas a vida é assim, enganos e circunstâncias afastaram essa pessoa de você.
Sem alternativas, você torce para que um dia a pessoa acorde e se dê conta do quanto foi especial o que tiveram e, enfim, retorne à sua vida. Por inteiro, desta vez.
Na companhia desses pensamentos, você contempla a noite pela janela do seus pensamentos. Uma noite daquelas que só acontecem em Brasília, um céu impressionista, transbordando melancolia, tristeza, alegria por estar amadurecendo com a situação, e o mais doloroso a saudade! Mas ela faz parte...
Vai ser sempre assim! Meu sonho era que você me buscasse no salão todo sábado a tarde de novo...

Pensei enquanto te via,
...escrevi pra você!