Sou eu entre aspas. Eu a narradora de histórias. Eu a encantadora influência desmembrada de êxitos. Eu que fui mar e hoje tento ser céu para cortar velas com aquele azul febril. A que junta pedaços mas tritura cacos. A que olha com pena e sente desejo e que vive todo dia pelo menos umas oito horas de devaneios malucos. A senhora da razão? A sem coração? Não. A que tem medo de sofrer ou de vingar a morte dos pensamentos positivos que lhe visitavam em outra vida. A que acredita que todo verbo no futuro é imbecil. A que sempre perde apostas e sempre se esquece das coisas mais importantes. A que espera uma pedrinha nem que seja a mais pequenininha. Eu que quando dou gargalhadas as solto da maneira mais espontânea e nessas horas tenho certeza de que sou feliz e que por dentro sou feita de sorrisos. Eu sou a moça que coloca uma rosa bonita atrás da orelha e só a tira quando murcha. A que adora passáros principalmente os beija-flores. A que faz um balaio de plurais estancando a ferida mais funda. Profunda, perdida, esquecida, observadora, atriz. Sou aquela que sente o perigo antes de subir as escadas e aos invés de correr salta um por um como uma dama no teatro. A que se arrepia com a voz mais estremecedora de tão meiga. Voz essa que talvez não seja passageira. Temo, receio, titubeio a descontinuidade das coisas quando me apego. Laços feitos, vidros quebráveis, extravios. Entrar? Entrei? Dúvidas, perguntas, fragilidade. Sou versos de melancolia com resquicios de leituras diárias. Está vendo meu aconchegante lar querido também sei falar de mim, mas falar de mim também é falar de amor. Não adianta sou mesmo amor disfarçado de amor, sou loucura desbravando a razão de uma mente infinita de espaços vazios, desconhecidos. Sou a sátira que não cabe e que se abre sem ter parte. O melhor dos piores sonhos indo parar na lampada mágica do Aladim ridicularizada pensando, esperando ser o primeiro, o segundo ou o terceiro desejo de alguém. Eu que levanto bandeiras sem mastros e vivo a premeditar desvalidos e mediocres passos. Te faço virar bicho, te bagunço, te confundo. Sou águia, sou vento, sou um reflexo de instantes vividos no principio de memórias largadas a própria sorte. Sou arte, sou mar e quero ser céu também. Mas sou anatomicamente diferente você tem um coração no peito já eu sou toda coração, vão. De ir. Sou contradição, verão. Sou eu colada aqui perdendo um pedaço de mim. Escrevo, releio, apago, rabisco a vida como tinha de ser. Penhascos, muros, buracos me aguardam... Alma'minha que a aproximação entre nós seja em breve restabelecida. Bem, bem sem distração até amanhã sou a mulher mais forte que já conheci e repitirei isso toda vez que nascer o sol.
Colombina... Pela toca do coelho...
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